" Se ele não te procura, é porque não sente a tua falta. Se ele não te fala é porque a tua voz não é, de todo, importante para ele. Se ele não te procura é porque não necessita do teu abraço, nem tão pouco do teu sorriso para que os seus dias sejam mais felizes e, por si só, façam mais sentido, por conseguinte.É, de facto, o destino (se é que existe), que coloca na nossa vida uma série de pessoas que são aquelas que nós escolhemos e fomos nós que as quisemos incluir na nossa vida, e o destino apenas se encarregou de as deixar permanecer... As perdas só doem uma vez... E as saudades ficam quase que como eternizadas ou anestesiadas de uma forma inexplicável. Até se misturarem connosco, connosco todas! Por nós afora! Sem dó nem piedade! Cru!!! Dor crua e cruel, que não vai doendo mas que quando dói, dói de uma vez! Tiro e queda! Deixem-se de merdas, e metam na cabeça que não podemos dar prioridades a quem nos vê como opção ou como quem quer apenas e só "despejar os tomates"! Não somos metades, pois todas nós somos inteiras. Inteiríssimas! Íntegras, mulheres. Que só pelo facto de o sermos nos torna tão especiais. Nós somos loucas pela vida, por nós, por quem amamos, e até pelos nossos "lamentos" e "judiarias". Aqui, a submissão só cabe a nós mesmas! Não, para mim a vida não é uma passagem, mas sim uma aterragem (isso sim!) porque é na terra que ela se vive. Enquanto vivemos não iremos para lado nenhum para além da vida, por isso há que vivê-la sempre da melhor forma possível. A morte já é outra história que não conhecemos por ainda nos sitarmos na fase anterior... E, a propósito, de certeza que lá não existem doces, e eu adoro doces, de todas as formas e feitios, tipo cheesecake ou toppings! Prefiro ficar por aqui, definitivamente mas não eternamente (certamente que daria muito trabalho). A vida é sim, passageira, e não de passagem mas sim de aterragem - volto a repetir! Não fazemos ideia de que é tão passageira até esta acabar ... Há que aproveitar cada segundo, cada nanossegundo. E aí talvez vamos reparar de que não devemos desaproveitar as oportunidades que a vida nos dá para sermos e fazermos um outro alguém feliz. Muitos dos nossos erros na vida são sem nexo (para reforçar a ideia) mas não deixam de ser reais. Todavia, um deles bastante frequente é dar demasiado tempo para permanecer a pessoas que não valem nada e que nos fazem perder o que de tão valioso temos - o tempo. É crucial que saibamos que um dos grandes passos a dar em frente é assumir todos os nossos problemas do quotidiano, como situações normais que não fogem a qualquer tipo de realidade que outras pessoas poderão eventualmente ter também ou com pior cenário. É a vida. Ponto. É para isso que ela serve. Se nascêssemos apenas para não fazer nada, certamente que já estaríamos mortas à nascença. Isso é golpe baixo na nossa própria vida - o acto de desistir. Quem desiste não sabe ou ainda não percebeu a força que tem dentro de si! Façam favor de sorrir, gratuitamente. Se chorarem já não será assim, haverá sempre alguém que pergunta o que tens e não queres nem precisas de parecer uma coitadinha! Tudo passa, inclusive a vida, por isso é bom que corras (ao teu ritmo) e que atires o passado para trás das costas (bem atirado)! De extrema importância é também saber e interiorizar que o que os outros pensam de nós, não nos diz respeito, são eles que pensam e não nós pela nossa cabeça (felizmente). São opiniões que nos podem perfeitamente passar pelos tomates que não temos! (Ahahahahah) A opinião dos outros nada nos interessa. Interessa sim, a nossa, e só a nossa opinião! E deve interessar-nos bastante, juntamente com a nossa excelente intuição. Em seguimento a isto surge a vontade e a razão, que convém que seja sempre apurada (por nós e não pelos outros)! É claro que interessa a nossa dedicação, o nosso empenho, o nosso sofrimento e até aqueles sentimentos possantes que esbanjam tudo o que pode ser uma pessoa nua, mesmo sem o estar. Outro aspecto a ter em consideração é que o tempo cura quase tudo (quase), até aquilo que pensamos que possa ser irreversível, a verdade é que tudo passa... Tudo passa nesta vida! Daí a sermos tão importantes para nós mesmas a ponto de sabermos que, numa primeira instância, devemos saber é ser felizes com o nosso "eu"! Essa é a verdadeira felicidade, a plena felicidade do ser humano!
Ah! E parar de pensar de vez em quando é francamente positivo! Abstermo-nos de pensamentos inúteis, daqueles que nem valem a pena e nos assombram a toda a hora, tipo perguntas retóricas escusadas e atípicas; é o ideal. Vá, comecem a pensar só naquilo que vale a pena! Sonhem! Alto e em bom som!!! Sejam felizes e sonhem! Pensem nos vossos sonhos quando não tiverem nada melhor em que pensar! Eis uma bela dica! E não, não é precisa qualquer meditação para isto, apenas e só a nossa concentração na felicidade e realização pessoal, só! Contar até três, respirar, respirar fundo, como quem inspira tão profundamente que parece que toca nos genitais que, de repente, acordam para a vida que é sempre a mesma (mas com ou sem tesão - somos nós que a escolhemos)! Há analgésicos naturais. Há pequenos rancores, pequenas raivas acumuladas, coisas menos boas passadas que se transformam em analgésicos para a dor de alma. Falo daquela dor que se entranha dentro de nós mesmas, que por vezes até nos consegue arrancar pedaços que mais ninguém vê a não sermos nós. Falo daquela dor muda mas absurda, daquela dor mais que forte e que soa a uma dor de morte mas, efectivamente, não é! Essa dor passa e vai-se apagando e vai-se tornando cada vez mais suportável. Há pequenos defeitos que, juntos, fazem uma diferença abismal e se transformam em verdadeiros analgésicos. Analgésicos para a alma que a princípio são fundamentais e que, depois, e a seu tempo, deixam de o ser. Não passam, portanto, de pequenos analgésicos que fazem o devido efeito mas que, entretanto, já nem nos lembramos do porquê de os termos tomado!
Vanessa Cardui
(In "38 homens depois")
* Foto: João Brito
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