"Quais são?... Quais são as tuas fantasias sexuais? " – Todas têm, mas poucas o admitem, normalmente quem o faz são aquelas mulheres que são feitas de muita fibra.
Tal como nós, eles também as têm. Assim como as mulheres, eles possuem zonas erógeneas que podem dar tanto prazer como o pénis ou a vagina. Porém, tudo depende... Em cada um... Tudo diferente.
É verdade que a maior parte dos homens gosta que se lhes toque nos mamilos, mas nunca nos podemos esquecer que poderão existir alguns que já não acharão piada à brincadeira. E só temos que respeitar, tal como eles terão que aceitar o facto de também não apreciarmos alguma coisa em concreto. A ideia é estarmos perfeitamente confortáveis, com ele e com nós mesmas. Para isso, a comunicação q.b. que falei anteriormente, ser extremamente importante. Concluímos, que enquanto alguns gostam e apreciam bastante os beijos ou mordidelas/lambidelas nos mamilos, é certo; outros já podem vir a sentir-se um pouco incomodados com isso. E lá está, perguntando (sempre de forma subtil) quais as suas fantasias sexuais, os preliminares funcionarão sempre muito melhor e superarão qualquer expectativa!
Nos preliminares, o segredo é a excitação, o fogo e a sensação de perigo ardente da união dos corpos. Qualquer coisa de inexplicável...E única! A pureza do mais maravilhoso sexo! Aquele sexo que se lembra sempre que se tem na vida. Mas que passa, e deixa de ter piada, a dada altura.
Convém que na hora do sexo haja reciprocidade na estimulação.
É impreterível a experiência de sentir novas sensações, novos movimentos e, consequentemente, novos orgasmos... Novas vidas seguidas da revitalização das almas que se unem e se fundem, experimentando e re-experimentando. Até podemos descartar o ginásio e dedicarmo-nos ao "Bangfit"(modalidade de exercício físico que envolve apenas e só sexo). Afinal, agora a modalidade tem nome, no entanto não é assim tão linear como pensamos. No fundo, a minha relação com o Catorze não passava apenas de uma modalidade que eu praticava.
Neste campo surge sempre a comunicação, de carácter fulcral para este tema.
Independentemente de se conheceram há anos ou há cinco minutos, é de grande importância. Muito importante comunicar de uma ou de outra maneira é sempre importante. Mas em sussurros, há -de ser sempre melhor!
"Gostas de sexo oral?!" - eis uma questão que não devem colocar se, porventura, quiserem que a resposta seja negativa. Mais vale estarem caladinhas (como em tantas outras ocasiões em que perdemos muitas oportunidades de estar caladas), porque a maioria gosta e não dispensa ( mas atenção, eles também só o consideram de facto o nome que se lhe dá, quando é bem feito!). No entanto este tipo de pergunta dá-nos avanço para outro tipo de perguntas, ainda mais íntimas, ainda melhores.... Que fazem superar expectativas e nos fazem superar a nós mesmas ( e a eles!) no sexo!
"Vai uma rapidinha?!" - se ambos revelarem interesse, vai sempre... E bem sussurrado ao ouvido, naquele ponto em que a tua saliva se evapora assim que beijas e, ainda assim, sentes a sua suculência? Sabes do que falo? Se não sabes experimenta (mas só com tesão- sem esta nada feito... Os beijos passam de húmidos a secos).
Com ele eram húmidos, húmidos de suor, húmidos de força, de gana, de vontade, de abraçar as línguas envoltas nos corpos fundidos. E assim era a nossa união, a minha com o Catorze.
Ele era esperto. Mas eu era bem mais do que ele! Aliás, espertos são os burros! Ele era esperto demais, demais vezes catorze, tal como o seu nome. Eu, astuta, que bastasse (tarefa pouco desgastante).
A verdade é que éramos idênticos a nível de raciocínio. Engenhávamos quase tudo sempre sem falarmos. Sabíamos tudo. As horas de entrada, as de saída, as de pausa ou até aquelas em que sabíamos que os nossos turnos não se iam cruzar (e fazíamos 'trocas e baldrocas' para poder trocar horários e 'levar a areia ao nosso moínho')! Tudo isto, óbvio, sem dar qualquer tipo de bandeira. Éramos demasiado impessoais, juntos, perante as pessoas, e isso disfarçava, juntando a esse o facto de sermos extremamente amigos e ainda colegas de trabalho. Sou franca, ali, naquele local, as pessoas tinham uma mentalidade mais aberta do que àquela com que, à partida, estaríamos a contar. Mesmo que soubessem, as pessoas estavam a marimbar-se completamente para a nossa vida, mas nós e sobretudo eu, não pretendíamos essa exposição tendo em consideração o seu estado civil, e o meu ensaio. Eram coisas completamente diferentes mas cruciais neste tipo de relacionamento. E prestem muita atenção - se forem mesmo curiosas, ou surgir, vá, e chegarem mesmo a vivenciar uma experiência deste género lembrem-se sempre e estejam sempre cientes de que não é para ser de longa duração, simplesmente não pode! E se isso acontecer vão lembrar-se do que acabei de dizer. Por isso sirvam-se à vossa vontade, façam o que vos apetecer! Basicamente aproveitem enquanto podem, sãos as chamadas ' pulgas que nos caem na cama de vez em quando'Em todo o caso, faz sempre bem bater com a cabecinha na parede, de vez em quando, faz 'turra' mas passa. Prometo que passa!
Outra coisa que aprendi com este capítulo é que para ser perfeito temos que querer demais, tem forçosamente que haver química. E eu queria-o demais, e ele queria-me a mim, e era uma merda de um ciclo vicioso.
Vontades, temos que ter vontades. Vontades daquelas que se acendem dentro de nós e logo nos fazem colapsar, por dentro... e por fora, quando não dá mesmo para disfarçar a química. Daquelas vontades que não fazem caso ao local, muito menos à hora, mas com tempo contado (sempre)! Eu tive-as com ele, com o Catorze, tantas que só eu sei. Mas essas tantas não significam concretização! Nada do que parece é! Nunca se esqueçam disso!
Na primeira vez em que estivemos juntos, em que nos explorámos um ao outro na intimidade, houve um contacto visual possante, poderosíssimo, de fazer tremer por dentro e por fora, de nos fazer vir sem sequer haver penetração. Foi mágico, selvagem, doce e das situações que mais vontade me despertou em toda a minha vida, no campo sexual, Logicamente! Foi surpreendente e nunca fiquei tão bem impressionada como na ocasião! Fiquei viciada, mudei de personagem, durante alguns meses, vá. Fui a "galdéria" com aquele homem, fui o que ele quis que eu fosse e eu fui-o apenas e enquanto eu quis. E não posso dizer que não tenha valido a pena, porque valeu.
Tudo isto porque este é aquele tipo de homem que nos dá gana. Que nos dá gana no sentido depreciativo porque para além das atitudes existem os factores desfavoráveis (e metam desfavoráveis nisso)!
Este tipo de homem é daqueles que gostam de ter uma vida dupla e o que merece são (e claro, se nos apetecer!) brincadeiras, safadas ou não, 'whatever'... e depois dar-se um eclipse. Dar-se o " eu ir" e o " eu voltar" quando eu quiser e se quiser! Fizemos uma espécie de um pacto que ele, definitivamente, não levou tão a sério como eu! Ele tinha o benefício de ter duas mulheres ( embora não o admitisse), e eu tinha a vantagem de ser dele só na sua companhia ( era pouca mas intensa), e minha, só minha em todo o resto do tempo. Tento guardar o máximo de tempo para mim. Tento, faço, esfalfo-me, dou o litro pelos meus sonhos todos os dias e se há coisa com que não consigo compactuar nesta vida é o facto de não estar bem ou num local ou com uma pessoa, haja o que houver. A sensação terá que ser boa para se viver, se não, de que nos serve a vida?
Entretanto chegou o seguinte para análise, e, a verdade é que já não era sem tempo! Já tinham sido várias as vezes, já chegavam, porque depois os caminhos ficam ainda mais apertados porque já envolve misturas de situações com emoções e sentimentos. As coisas tornam-se severamente mais intensas. E não é isso o desejado, para já.
Como não existe espaço de manobra para duas análises em simultâneo, tive que passar à frente! Chupou no dedo, e não houve mais brincadeira para ninguém.
Não passou de diversão, de um flirt de várias vezes, com nexo mas sem sentido nenhum. Com tempo curto e contado. Com tesão. No fundo, só havia tempo para isso - tesão.
Éramos a tesão um do outro. Ambos obcecados pelo sexo um do outro.
Talvez uma variante de paixão misturada nesta coisada toda.
"O fruto proibido é o mais apetecido". Ele vivia com a mãe da sua filha, por conveniência, segundo a versão dele. No entanto, e por mais descabido que seja, essa condição não afectava em nada o meu ensaio... aliás, muito pelo contrário!
Ele era mais velho. Muito mais velho. Mantinha uma união de facto, e procurava fora de casa.
Ela sabia. Como é possível uma mulher chegar ao ponto de perder o amor próprio desta maneira?
Ele tinha charme, sabia estar e era fácil demais.
Cá para nós, estava em muito boa forma.
Era o meu "menaço" e eu a sua "bonequinha" e por ali ficou, pela história com o final feliz de cada um continuar a sua vida, sem constrangimentos. Na vida dele havia prioridades, e na minha, havia apenas uma - eu! "
Vanessa Cardui(In "38 homens depois")
Foto: Vanessa Cardui
Sem comentários:
Enviar um comentário