terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ensaio 1 - "Se chegava, chegou!"


"Derrotas?! Não sei o que são! Quedas?! Sei! Perfeitamente! Já dei muitas, e sempre me levantei... Nunca, por motivo algum me senti derrotada por quem quer que seja, mas admito já ter caído e ter ficado destroçada com algumas situações da vida, e confesso que se revelaram ( e revelam sempre - a ter em atenção! ) grandes ensinamentos que nos servem para a vida inteira. A partir dali saberão como proceder de uma próxima vez e vos garanto que terão muito mais certezas daquilo que simplesmente não querem nem procuram num homem! É isso é bem mais importante do que saber o que querem num homem, acreditem no que vos digo.
E quando sentimos um barulho de alguém que tenta não fazer barulho? E quando parece estar por perto quem não está?! E quando as ideias nos perseguem tanto ou tão pouco a ponto de nos derrotarem e de nos fazer desistir do jogo. Sim, irrefutável , a vida é um jogo. Mas trata-se de um jogo nosso, só nosso, em que quem dita as regras somos nós. A vida não passa de um jogo e um dia tem que acabar. Enquanto cá estivermos, muito teremos para fazer, muito teremos para ver e experimentar! "

----------modo suspense--------

-Disseste-me que eu chegava para ti.
-Não sei se chego. Aliás, chego. Mas também sobro."

Ou eu, ou o tempo, ou as circunstâncias, não sei bem, mas sobra alguma coisa alheia à minha lógica de raciocínio. E, atenção, nem sei se a minha lógica será a correcta. Sou um ser um humano que por si só é um ser imperfeito. Eu não fujo há regra, se bem que há muito boa gente que pensa que foge e é única e exclusiva. Não é bem assim, deixem-me que vos diga...
Muito sinceramente não sei se chegamos um para o outro quando nem os nossos braços nos chegam para nos conseguirmos alcançar.
Nunca devemos bastar ou sobrar para alguém. Apesar de devermos ser o mais genuínas e verdadeiras sempre, não devemos dar-nos por satisfeitas com extremos. E devemos ser como quisermos ser, no fundo, como somos. Não é de ninguém que andamos à procura! Definitivamente andamos à procura de nós mesmas! Já nos encontrámos! Óptimo! "Agora o caminho é para a frente e para a frente é que é Lisboa" - e achava ele que tinha muita piada, o engraçadinho que se não tivesse já o seu nome era assim que se
chamava. Só podia.
"Sabes o que te falta?! Aquele nada que ninguém se lembra de ter é que tem e que tu, como que por magia, não tens nem fazes questão de ter, involuntariamente. É definitivamente isso que aprecio em ti, o não ver o nada que vejo em pessoas que parecem tudo e, na realidade, não são! Quem sabe se nisto a dicotomia não é por mero acaso e existe por algum motivo!" - eis o que me apetecia dizer!
A questão é, se tens duas hipóteses e optas pela mais doce, não quer dizer que não se torne amargo no caso de não se gostar. E a parte fodida é mesmo essa. Se descobres a doce e , porventura gostas ...vais querer experimentar o salgado em vez de uma deliciosa sobremesa... E se aquele nos surpreender também , está tudo estragado. Ou nos desmarcamos para sempre ou não nos desmarcamos, simplesmente.
Eu desmarquei-me, mas mais à frente, com calma. Pois tenho tanta história para vos contar, e tanto mas tanto para vos passar pelos entremeios. Não sejam curiosas...
Sim, sim. Já de seguida e em breve apresentarei um novo homem que não passará, no fundo, de um número para este ensaio...Este terá uma introdução diferente da utilizada até agora, mas não estranhem, passará a ser comum fugir às regras nesta "espécie de ensaio" que tanto nos tem distraído do que nos tem feito francamente mal! Que daqui surgirá, deste belíssimo pensamento... Ui! Nem sequer imaginam o que para aí vem!"

Vanessa Cardui
(In "38 homens depois")


Foto: Vanessa Cardui

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