"Eram duas da tarde! Duas da tarde com o peso de duas mil e duzentas e duas horas! Duas da tarde em que já te tinhas ido mas que só aí soube. Que duas da tarde tão filhas da puta! Que duas da tarde que era capaz de matar só para não te ter visto morto nesse dia, até podia ser depois , mas não nesse dia (não podendo ser nunca, na minha perspectiva). Eu sei que detestavas que dissesse asneiras mas também sei que apreciavas a minha genuinidade e a minha espontaneidade, e desde que te foste, desculpa mas só me apetece dizer asneiras, e digo-as , obviamente, quando posso e quando sei que estou à vontade para. Nesta situação não me consigo conter, passa um ano que me deixaste e eu sinto tudo como se ainda aqui estivesses. Que desespero sentir-te e não te ver! Que desespero fazeres-me tanta falta e eu sentir-te e nada conseguir fazer?! Normal?! Não! Incalculável! Dor inimaginável, concentrada em mim desde que te perdi. Descobri que me eras um órgão vital que mais ninguém tem a não ser eu. Sinto ter morrido alguma coisa dentro de mim, a par contigo. A felicidade que ali jazia foi-se contigo e o sorriso que tinha ao teu lado quando dizias que tudo o que eu fazia era lindo, também se foi. Sei que não o querias, de forma alguma, mas não posso nem quero mentir.
Tu eras o meu porto de abrigo, o meu conselheiro, o meu escudo de protecção, o cuidado maior que se pode ter por alguém, o respeito incomparável, a admiração escambada no brilho do olhar. Adorávamo-nos, éramos parecidos em tantas coisas...
Continuamos parecidos, a única diferença é que não estás aqui! E que falta que me fazes! Viver a vida sem ti custa, às vezes, mas nunca a ter vivido contigo tenho a certeza que me custaria muito mais! Deixaste-me tanto de ti, tanto, tanto que me orgulho! Se não fosse o que me ensinaste ao longo da minha vida, não me tinha levantado no dia em que tu foste o primeiro a cair... Cai depois, mas ainda me levantei e, a ti, perdi-te...mas tenho ainda mais certeza que me deixaste a tua força para eu ter a minha e a tua e para me levantar, sempre a sorrir... "
Vanessa Cardui
(In "Ao Nunum")
Tu eras o meu porto de abrigo, o meu conselheiro, o meu escudo de protecção, o cuidado maior que se pode ter por alguém, o respeito incomparável, a admiração escambada no brilho do olhar. Adorávamo-nos, éramos parecidos em tantas coisas...
Continuamos parecidos, a única diferença é que não estás aqui! E que falta que me fazes! Viver a vida sem ti custa, às vezes, mas nunca a ter vivido contigo tenho a certeza que me custaria muito mais! Deixaste-me tanto de ti, tanto, tanto que me orgulho! Se não fosse o que me ensinaste ao longo da minha vida, não me tinha levantado no dia em que tu foste o primeiro a cair... Cai depois, mas ainda me levantei e, a ti, perdi-te...mas tenho ainda mais certeza que me deixaste a tua força para eu ter a minha e a tua e para me levantar, sempre a sorrir... "
Vanessa Cardui
(In "Ao Nunum")
Foto: Christian Raspuns.Ioana aka Instagram
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