"A morte vista de fora é angustiante....imaginem por dentro.
Morrer por dentro e não sentir absolutamente nada é como se nos tivéssemos transformado num pequeno botão de reset em que tudo o que fomos não mais sentimos, permitam-me a expressão, nem que nos fodamos todos...
Vivemos, morremos e não ressuscitamos. Somos de carne e osso e não transcendentais. Não somos a divindade mas a nossa vida é a maior dádiva e... a morte, a maior perda da vida, da nossa vida, do nosso eu que se perdeu porque o apagão foi completo pelo facto da vida ter acabado. Existem missões na vida? Creio que não. Existem missões para a felicidade. Não para a vida! A vida não devia acabar assim, sem permissão ou pelo menos uma simples indicação! Se não pedimos para nascer, porque carga de água não havemos de ter direito a escolher quando quisermos morrer? (Não a qualquer momento, como é lógico, de cabeça quente muitos brincariam com a própria vida sem o saberem).
Morrer é apodrecer a alma. Morrer é deixar memórias e não sentidos. Acabam-se os olhares tão bem conhecidos. Acabam-se os jogos das mãos frias e das mãos quentes. Acabam-se as cócegas vindas do nada que em vez de gargalhadas geram picardias. Acabam-se os ensinamentos que se tornaram em mandamentos. Acabam-se as merdas todas, de uma vez por todas. Mas reparem: que merdas? A vida sem picos - sem momentos de êxtase e de desespero; sem momentos felizes ou infelizes; sem mistos de sentimentos - não é vida. É morte. A morte do ser. A vida é tudo o que nos vem de dentro, das entranhas, do mais profundo do nosso ser. E se vivermos para quê querermos morrer. Se na vida há, na morte não há coisíssima nenhuma. Se na vida existimos, na morte nem sequer somos gente, já somos apenas e só ossadas, sem pensar.
A morte não é tabu mas podia ser. Não lido bem com ela, provavelmente por não querer saber como é. Não quero ser tudo em morte, prefiro ser tudo em vida! E que vida, ai tanta vida que eu tenho para viver!
E se morrer morri e não saberei. Mas em vida saberei perfeitamente e sempre o que será viver! "
Morrer por dentro e não sentir absolutamente nada é como se nos tivéssemos transformado num pequeno botão de reset em que tudo o que fomos não mais sentimos, permitam-me a expressão, nem que nos fodamos todos...
Vivemos, morremos e não ressuscitamos. Somos de carne e osso e não transcendentais. Não somos a divindade mas a nossa vida é a maior dádiva e... a morte, a maior perda da vida, da nossa vida, do nosso eu que se perdeu porque o apagão foi completo pelo facto da vida ter acabado. Existem missões na vida? Creio que não. Existem missões para a felicidade. Não para a vida! A vida não devia acabar assim, sem permissão ou pelo menos uma simples indicação! Se não pedimos para nascer, porque carga de água não havemos de ter direito a escolher quando quisermos morrer? (Não a qualquer momento, como é lógico, de cabeça quente muitos brincariam com a própria vida sem o saberem).
Morrer é apodrecer a alma. Morrer é deixar memórias e não sentidos. Acabam-se os olhares tão bem conhecidos. Acabam-se os jogos das mãos frias e das mãos quentes. Acabam-se as cócegas vindas do nada que em vez de gargalhadas geram picardias. Acabam-se os ensinamentos que se tornaram em mandamentos. Acabam-se as merdas todas, de uma vez por todas. Mas reparem: que merdas? A vida sem picos - sem momentos de êxtase e de desespero; sem momentos felizes ou infelizes; sem mistos de sentimentos - não é vida. É morte. A morte do ser. A vida é tudo o que nos vem de dentro, das entranhas, do mais profundo do nosso ser. E se vivermos para quê querermos morrer. Se na vida há, na morte não há coisíssima nenhuma. Se na vida existimos, na morte nem sequer somos gente, já somos apenas e só ossadas, sem pensar.
A morte não é tabu mas podia ser. Não lido bem com ela, provavelmente por não querer saber como é. Não quero ser tudo em morte, prefiro ser tudo em vida! E que vida, ai tanta vida que eu tenho para viver!
E se morrer morri e não saberei. Mas em vida saberei perfeitamente e sempre o que será viver! "
Vanessa Cardui
(In "Crónicas (De)Vidas")
(In "Crónicas (De)Vidas")
*ut mortem= que morte
Foto:Christian aka raspuns.ioana instagram
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