segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Rem

Amar a sério. Pensava que já o tinha feito, na minha cabeça. Mas felizmente não. Digo felizmente agora  porque agora sei do que falo. E na altura (em todas as que se possam ter passado na minha vida), se tivesse que ser, o felizmente era infelizmente sem eu saber. Pensava eu que aquela pessoa ia sempre ser aquela e esbarrava-me. Ao comprido. Sempre. Na verdade, nunca procurei nada. De ninguém. Procurei sim, por mim. Por uma mulher que sabia que estava à espera de descobrir um novo rumo, fosse ele qual fosse.
Quando me encontrei, a sério,  encontrei o amor e a verdadeira entrega, a sério! Foi tudo a sério de repente e o passado passou a ser brincadeira. Não foi, é certo. Mas percebi que o amor só é amor quando há maturidade suficiente para o haver e, acima de tudo, todas "as botas batem com as perdigotas" , como comumente se diz, porque mesmo o que não há, na sua plenitude, se complementa. Isso sim, é que é amor! O dar sem esperar retributo. O esperar sem haver contrapartidas. O estar mesmo que hajam recaídas. O não abandonar o barco quando há maremotos. O estar sempre lá...e mesmo não estando, estar.
Tudo terá sido ilusório, é à simples conclusão que chego após três décadas. Nunca é tarde como se costuma dizer. E comigo não foi. Mas podia ter sido mais cedo... teria andado bem mais elucidada ao escrever sobre o amor, tendo em conta que sempre o baseei no perfeito dos meus sonhos que julgava inexistentes. Afinal existem. Felizmente. E tudo felizmente!

Vanessa Cardui
(Excerto de romance)

*rem - de verdade 


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