domingo, 5 de março de 2017

Chapinhares

"Como se estivesse na proa de um barco, a sentir a brisa vinda do oceano, o cheiro tão peculiar do mar. De um mar imenso cheio de vida,  refletida nele e em nós. Bênção da natureza. Toques de magia com "chapinhares" e pingos de água salgada que mais parece água benta.
Sou alguém na proa de um barco, não muito grande, mas imenso o suficiente para que ali caibam tão magistrais e profundos sentimentos. Sentimentos que não vão e vêm. Sentimentos que permanecem, impávidos e serenos, tão intensos e imensos. Sempre na mesma mas em crescente de tão intensos e imensos sem fim e sem meio... simplesmente intermináveis e intemporais.
Momentos sem relógio, sem tempo nem marés. Momentos sitados num barco que não precisa de estar em água para flutuar. Sentimentos que preenchem a água que pode faltar ou até transbordar. Sentimentos bons, puros e mascarados de natureza; de terra, céu e mar; e tantas mais maravilhas.
Atenuantes que se julgavam impossíveis de se encontrar numa vida e que, afinal, até se encontram. Não,  não é mito.  Existem sentimentos raros, sensações completamente fora de inimaginável, loucuras selvagens e tão doces que se transformam em pedaços de grandes declarações de amor. Declarações como pequenos beijos, ou fortes abraços quentes ou cheios de frio; ou olhares nus de constrangimento e abertos a ainda mais amor... daquele que  até parece que não existe e que é do outro mundo e tal,  mas existe...definitivamente existe,  e não, não é mito. Por isso, se estiveres na proa de um barco não te atires... o que vem a seguir será, certamente, o melhor mergulho em terra da tua vida. Lembra-te que apesar de ser o mar que te guia é em terra que és feliz! "

Vanessa Cardui
(Excerto de romance)

Foto:  Vanessa Cardui 




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