"Esquecer-me esquecido
Perder-me perdido
Sentir-me sentido
Querer-me querido
Tremer-me tremido
Foder-me fodido
Destruir-me destruido
Vencer-me vencido
Vestir-me vestido
Vender-me vendido
Esquecido e coitado de mim
Um perdido atoleimado sem fim
Sentimento sempre em frenesim
Querido pó de perlimpimpim
Tremido e de um assim-assim
Fodas de uma vida condenada
Uma destruição já paga
Corpo vencido que já não é nada
Vendas ilícitas de contos de fada
Esquecimentos que ficam no ar
Perdições que deixam a desejar
Pedras e merdas nas ruas a realçar
Calçadas de pés cansados de andar
Para quê parar quando se quer caminhar?
Para quê correr quando se quer abrandar?
Para quê um meio termo quando nem um inteiro vai servir?
Para quê ficar em cacos quando à partida se vai partir?
Esquecer o que nunca foi de valor e de viver
Um perder que vem de dentro e parece corroer
Um chorado sentimento de pouco apetecer
Um querer angustiado e amedrontado de ser
Um tremer por fora incontrolável de conter
Um foder bem e a sério quando não se sabe ser
Se para quem não o sabe até os tomates estorvam
Até para quem não os tem podem vir a estorvar
Se para quem nunca fez sexo também já se fodeu
Até para os que o dominam já aconteceu
Quantas vezes na vida foste fodido sem te foderem?
Quantas vezes na vida foste comido sem te comerem?
A vida faz de ti o que deixares enquanto puderes
Não te faças à estrada assim se não o quiseres
Estagnas a tua corrida mas o tempo insite em correr
Se não te fazes à vida podes crer que acabas por te foder...
Perder-me perdido
Sentir-me sentido
Querer-me querido
Tremer-me tremido
Foder-me fodido
Destruir-me destruido
Vencer-me vencido
Vestir-me vestido
Vender-me vendido
Esquecido e coitado de mim
Um perdido atoleimado sem fim
Sentimento sempre em frenesim
Querido pó de perlimpimpim
Tremido e de um assim-assim
Fodas de uma vida condenada
Uma destruição já paga
Corpo vencido que já não é nada
Vendas ilícitas de contos de fada
Esquecimentos que ficam no ar
Perdições que deixam a desejar
Pedras e merdas nas ruas a realçar
Calçadas de pés cansados de andar
Para quê parar quando se quer caminhar?
Para quê correr quando se quer abrandar?
Para quê um meio termo quando nem um inteiro vai servir?
Para quê ficar em cacos quando à partida se vai partir?
Esquecer o que nunca foi de valor e de viver
Um perder que vem de dentro e parece corroer
Um chorado sentimento de pouco apetecer
Um querer angustiado e amedrontado de ser
Um tremer por fora incontrolável de conter
Um foder bem e a sério quando não se sabe ser
Se para quem não o sabe até os tomates estorvam
Até para quem não os tem podem vir a estorvar
Se para quem nunca fez sexo também já se fodeu
Até para os que o dominam já aconteceu
Quantas vezes na vida foste fodido sem te foderem?
Quantas vezes na vida foste comido sem te comerem?
A vida faz de ti o que deixares enquanto puderes
Não te faças à estrada assim se não o quiseres
Estagnas a tua corrida mas o tempo insite em correr
Se não te fazes à vida podes crer que acabas por te foder...
(Quer saibas foder ou não...)"
Vanessa Cardui
(In "Poesias Vadias")
(In "Poesias Vadias")
Foto: Paulo Nuno Santos / João Paulo Ramos
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