Quero escrever mas não quero dizer...a falta que me fazes em vida e em morte, inexplicavelmente sem vida e sem morte. Como é possível já teres partido há quase dois anos e eu, ainda, não me sentir conformada. Sim. Senti que te perdi. Mas apenas e só fisicamente, ao alcance do meu olhar ou de uma ida a tua/nossa casa. Sim. Fazias e continuas a fazer questão que a tua casa seja a nossa casa; a casa da nossa família unida em que sempre e qualquer um dos nossos será sempre bem-vindo. Assim o será e assim o tem sido.
Mas sim. Também te sinto mesmo já te tendo perdido, por isso limito-me a ler os sinais que me mandas não sei muito bem de onde. Se eu não fosse tão desorientada em caminhos, achas que daria com isso? Se sim, estaria disposta a correr quilómetros como quem vai para Fátima cumprir promessas; mas unicamente por ti, por saber-te lá. Mas a estupidez maior é que sei que mesmo que esse lugar exista... nunca vai acontecer cruzarmo-nos como dantes o fazíamos...agora fazemo-lo de outra maneira e só nós o sabemos. É mágico, de alguma forma transcendente, mas enternecedor e enriquecedor para a alma e potencia-me a paz que é o que mais me tentavas transmitir, mesmo pessimista.
Posso ter- te perdido, mas não tenho coragem de deixar ir as memórias que temos connosco; nem os ensinamentos que me deixaste; nem as últimas palavras que me proferiste; nem a despedida que sabíamos que não podia ser muito extensa, mas o mais profunda possível. E foi. E eu deixei-te ir...com um beijo na testa e outro no rosto... e ainda uma festa nas tuas mãos frias habituais. Depois voltei a beijar-te e a rezar ajoelhada à tua cabeça como no momento me fizesse algum sentido rezar. Nunca fez. No momento não fez e não é agora que vai fazer. A vida acontece. A dor vem e vai. O sofrimento também. As sequelas até podem ficar mas as memórias boas duram e perduram, quanto tempo for preciso... até eternamente se assim o entendermos. E assim o é.
Mas sim. Também te sinto mesmo já te tendo perdido, por isso limito-me a ler os sinais que me mandas não sei muito bem de onde. Se eu não fosse tão desorientada em caminhos, achas que daria com isso? Se sim, estaria disposta a correr quilómetros como quem vai para Fátima cumprir promessas; mas unicamente por ti, por saber-te lá. Mas a estupidez maior é que sei que mesmo que esse lugar exista... nunca vai acontecer cruzarmo-nos como dantes o fazíamos...agora fazemo-lo de outra maneira e só nós o sabemos. É mágico, de alguma forma transcendente, mas enternecedor e enriquecedor para a alma e potencia-me a paz que é o que mais me tentavas transmitir, mesmo pessimista.
Posso ter- te perdido, mas não tenho coragem de deixar ir as memórias que temos connosco; nem os ensinamentos que me deixaste; nem as últimas palavras que me proferiste; nem a despedida que sabíamos que não podia ser muito extensa, mas o mais profunda possível. E foi. E eu deixei-te ir...com um beijo na testa e outro no rosto... e ainda uma festa nas tuas mãos frias habituais. Depois voltei a beijar-te e a rezar ajoelhada à tua cabeça como no momento me fizesse algum sentido rezar. Nunca fez. No momento não fez e não é agora que vai fazer. A vida acontece. A dor vem e vai. O sofrimento também. As sequelas até podem ficar mas as memórias boas duram e perduram, quanto tempo for preciso... até eternamente se assim o entendermos. E assim o é.
Vanessa Cardui
(In "Ao Nunum ")
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Foto: Vanessa Cardui
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